A infância e a juventude Visconde de Mauá - litografia de S. A. Sisson ao final da década de 1850.
Natural da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Arroio Grande, à época distrito de Jaguarão, na então Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, atual Rio Grande do Sul, era filho natural de João Evangelista de Ávila e Sousa e de Mariana de Jesus Batista de Carvalho, sendo neto paterno do fundador da Freguesia, Manuel Jerônimo de Sousa.
Aos cinco anos de idade perdeu o pai (1818), vítima de um tiro de ladrões de gado. Dois anos depois, por pressão da família, sua mãe casou-se com João Jesus, mas como este não desejava os filhos da viúva, a mais velha, Guilhermina, foi casada aos onze anos de idade, e Irineu, entregue a um tio - Manuel José de Carvalho (Arroio Grande, 1802 - Rio Claro, 1 de novembro de 1875). Nesse período recebeu, no interior de São Paulo, as primeiras letras. Mais tarde, aos nove anos de idade, Irineu seguiu com outro tio, José Batista de Carvalho, comandante da marinha mercante, que transportava em seu navio couros e charque do porto do Rio Grande para o Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil. Ali se ocupou como caixeiro em um armazém, das sete horas da manhã às dez da noite, a troco de moradia e comida. Aos onze anos de idade foi trabalhar no comércio do português Antônio Pereira de Almeida (1824), onde se vendiam desde produtos agrícolas até escravos - essa última a maior fonte de renda do comerciante -, de quem se tornou empregado de confiança, vindo a ser promovido, em 1828, a guarda-livros.
Diante da falência do comerciante, no contexto da crise do Primeiro Reinado, liquidou as dívidas do patrão. Por recomendação do antigo empregador, foi admitido na empresa importadora do escocês Richard Carruthers (1830), onde aprendeu inglês, contabilidade e aperfeiçoou a arte de comerciar. Aos vinte e três anos tornou-se gerente (1836) e, logo depois, sócio da empresa. Quando Carruthers retornou para a Grã-Bretanha, em 1839, Irineu assumiu os negócios da firma. Adquiriu uma chácara em Santa Teresa (Rio de Janeiro) onde foi residir e auxiliou conterrâneos envolvidos na Revolução Farroupilha a escapar de prisões no Rio de Janeiro.
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